terça-feira, 2 de outubro de 2007

Todas as coisas têm um princípio

Às vezes não é fácil começar. Mesmo nada fácil. Como é que se começa? «Bom dia, sou fulano ou fulana de tal». Péssimo. «Olá, sou eu, e estou aqui para vender o meu peixe». Ora, dar início a uma conversa a falar de peixe não é bom. Mesmo nada bom. Ainda se fosse de outra coisa qualquer, vá lá que não vá. Por exemplo de batatas. «Como estão, eu sou tal e tal e gosto de batatas.» Também não soa bem. Ainda uma pessoa não conhece as outras e entra logo a matar a falar de batatas? Interessante, não é? Há quem tenha por hábito iniciar uma conversa a falar do tempo ou das férias. Não é lá muito aconselhável. Isto porque se uma pessoa gosta de sol não quer isso dizer que toda a gente goste, porque há quem prefira a chuva; por outro lado, contar o que se passa nas férias pode ser bom para quem teve férias, mas é contra-indicado para quem nem sequer conseguiu um pequeno intervalo no trabalho ou no estudo, cria inveja, ressentimento, sem falar de que as minhas férias podem ter sido boas para mim mas não despertam o mínimo interesse nos outros. E qual é então a solução? Para dizer a verdade, não há respostas para uma pergunta destas. Há quem comece de uma maneira e há quem comece de outra. E, quando nos damos conta, afinal já começámos. Olhamos aqui para cima e já lá vão umas quantas linhas escritas sem que déssemos por isso. Assim, sem tirar nem pôr.

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